O som que sai da guitarra é o resultado final de muitas horas de estudo, dedicação, talento e superação. O que faz com que um timbre e/ou uma sonoridade sejam reconhecidos, apreciados e desejados? ANDRÉ MARTINS tem as respostas nesta matéria definitiva.
Talvez seja um jargão ou desejo subconsciente da indústria que nós não possamos ter um timbre perfeito e satisfatório sem gastar toneladas de dinheiro em equipamentos. Como fazer para ter sons de guitarra poderosos e inspirados em guitarristas famosos, que mostram seus equipamentos brilhantes como se fossem diamantes recém-descobertos? E como conseguir tirar sons de guitarra que pareçam “cantar” ao saírem pelos alto-falantes? Você deve usar racks ou pedais? Em qual ordem? E os cabos? Como usar eletricidade para alimentar meus equipamentos? É sério que baterias tipo vintage de 9V são melhores para overdrives? É verdade que diferentes palhetas mudam radicalmente o som de seu instrumento?
Estas perguntas são legítimas. Todas elas. E provavelmente há uma resposta para começarmos a desvendar: faça o melhor que puder com o que você já tem em mãos.
Não importa se você tem apenas um único pedal ou já possui dezenas de unidades de efeito, se você tem uma guitarra ou várias, esse ou aquele amplificador. Repito: não importa! Vamos começar a trabalhar o seu timbre a partir de agora, neste exato momento. Você não tem que gastar primeiro comprando equipamentos para depois aprender a utilizá-los e perceber se irão se encaixar ou não à sonoridade que você almeja conseguir e imprimir.
Nesta matéria especial, não coloco o foco em detalhes técnicos, nem digo para você regular seu distortion assim ou assado, como está escrito em manuais mundanos por aí. Não. Vamos dar um passo à frente, avançar no imenso mar de informações que assola as cabeças pensantes que todos nós temos no mundo moderno. Vamos usar a criatividade! E se você, após ler tudo isso e refletir um pouco, achar que vale a pena tentar encontrar o seu som de guitarra, voilá! Vou me considerar recompensado da melhor e mais cara forma possível.
Antes, vamos começar contando duas pequenas histórias, uma delas vivida por mim mesmo...
Eu 1997, quando fui para Los Angeles estudar guitarra, uma das minhas grandes buscas era conhecer e estudar com Scott Henderson. Ele era, para mim, não só uma referência na improvisação, dono de frases sempre modernas e criativas, mas também pelo seu som de guitarra, principalmente nos então recém-lançados álbuns de blues, nos quais ele mostrava um timbre incrível e vigoroso, quase mágico.
Na primeira vez que entrei na sala do Scott para assistir a uma de suas aulas, ele estava fazendo uma jam com um de seus alunos antigos. De longe, reconheci logo o timbre mágico e fantástico que tanto já tinha ouvido nos discos do guitarrista. Um som de captadores single coil mais vintage, mas com extrema definição e clareza, notas cristalinas e um grave maravilhoso. Eis que fui chegando mais perto deles e então houve o primeiro susto: mas onde estavam os equipamentos do Scott? Ele estava simplesmente com sua guitarra Suhr, o mesmo instrumento surrado que ele usava quase sempre, um pedal Tube Screamer comum, desses novos, e um amplificador transistorizado de 60 watts, comum, de uma marca que não possuía muita tradição. Tudo estava plugado no canal limpo, no qual ele utilizava um pouco de reverb do próprio amplificador. Eu estava estarrecido, mudo. Não conseguia compreender como ele conseguia tirar o timbre que meus ouvidos atestavam que saía daquele mísero amplificador, o mesmo que eu já havia tido no Brasil. Não era possível... Como Scott fazia aquilo, aquele timbre dos sonhos exatamente na minha frente, naquela sala, com só aquilo de equipamento, nada de diferente?
Leia mais na edição #173 da Cover Guitarra
Talvez seja um jargão ou desejo subconsciente da indústria que nós não possamos ter um timbre perfeito e satisfatório sem gastar toneladas de dinheiro em equipamentos. Como fazer para ter sons de guitarra poderosos e inspirados em guitarristas famosos, que mostram seus equipamentos brilhantes como se fossem diamantes recém-descobertos? E como conseguir tirar sons de guitarra que pareçam “cantar” ao saírem pelos alto-falantes? Você deve usar racks ou pedais? Em qual ordem? E os cabos? Como usar eletricidade para alimentar meus equipamentos? É sério que baterias tipo vintage de 9V são melhores para overdrives? É verdade que diferentes palhetas mudam radicalmente o som de seu instrumento?
Estas perguntas são legítimas. Todas elas. E provavelmente há uma resposta para começarmos a desvendar: faça o melhor que puder com o que você já tem em mãos.
Não importa se você tem apenas um único pedal ou já possui dezenas de unidades de efeito, se você tem uma guitarra ou várias, esse ou aquele amplificador. Repito: não importa! Vamos começar a trabalhar o seu timbre a partir de agora, neste exato momento. Você não tem que gastar primeiro comprando equipamentos para depois aprender a utilizá-los e perceber se irão se encaixar ou não à sonoridade que você almeja conseguir e imprimir.
Nesta matéria especial, não coloco o foco em detalhes técnicos, nem digo para você regular seu distortion assim ou assado, como está escrito em manuais mundanos por aí. Não. Vamos dar um passo à frente, avançar no imenso mar de informações que assola as cabeças pensantes que todos nós temos no mundo moderno. Vamos usar a criatividade! E se você, após ler tudo isso e refletir um pouco, achar que vale a pena tentar encontrar o seu som de guitarra, voilá! Vou me considerar recompensado da melhor e mais cara forma possível.
Antes, vamos começar contando duas pequenas histórias, uma delas vivida por mim mesmo...
Eu 1997, quando fui para Los Angeles estudar guitarra, uma das minhas grandes buscas era conhecer e estudar com Scott Henderson. Ele era, para mim, não só uma referência na improvisação, dono de frases sempre modernas e criativas, mas também pelo seu som de guitarra, principalmente nos então recém-lançados álbuns de blues, nos quais ele mostrava um timbre incrível e vigoroso, quase mágico.
Na primeira vez que entrei na sala do Scott para assistir a uma de suas aulas, ele estava fazendo uma jam com um de seus alunos antigos. De longe, reconheci logo o timbre mágico e fantástico que tanto já tinha ouvido nos discos do guitarrista. Um som de captadores single coil mais vintage, mas com extrema definição e clareza, notas cristalinas e um grave maravilhoso. Eis que fui chegando mais perto deles e então houve o primeiro susto: mas onde estavam os equipamentos do Scott? Ele estava simplesmente com sua guitarra Suhr, o mesmo instrumento surrado que ele usava quase sempre, um pedal Tube Screamer comum, desses novos, e um amplificador transistorizado de 60 watts, comum, de uma marca que não possuía muita tradição. Tudo estava plugado no canal limpo, no qual ele utilizava um pouco de reverb do próprio amplificador. Eu estava estarrecido, mudo. Não conseguia compreender como ele conseguia tirar o timbre que meus ouvidos atestavam que saía daquele mísero amplificador, o mesmo que eu já havia tido no Brasil. Não era possível... Como Scott fazia aquilo, aquele timbre dos sonhos exatamente na minha frente, naquela sala, com só aquilo de equipamento, nada de diferente?
Leia mais na edição #173 da Cover Guitarra
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